segunda-feira, 30 de junho de 2008

Krav Magá como defesa e exercício físico

No Krav Magá há uma diferença básica em relação à outras lutas, tais como caratê e jiu-jitsu, por exemplo, aqui não é priorizado o ataque, e sim a defesa. Porém, não existe defesa sem ataque, logo, sua força se concentra na velocidade dos contra-golpes. Não existem regras, competições ou coreografias, tudo depende do modo que a pessoa é agredida. As pessoas comuns aprendem com os movimentos básicos do corpo humano, respostas rápidas e objetivas, como fechar o punho, aplicar golpes de boxe, cotoveladas, chutes, enforcamentos e imobilizações. São técnicas para anular o adversário e finalizar uma briga.

Assim como outras atividades físicas aeróbicas, o Krav Magá ajuda na contração muscular, contribui para manter a forma física, fortalece o pulmão e o coração, o que deixa claro que, além de autodefesa, é também um exercício físico que é capaz de queimar mais de 800 calorias em uma hora de aula. Devido aos movimentos corporais e exercícios localizados, são trabalhados diversos grupos musculares, exercitando o corpo todo e, após alguns meses de prática, a pessoa ganha formas mais bonitas.

A maior vantagem em minha opinião, é que a técnica proporciona um equilíbrio mental atuando sempre na parte intelectual e psicológica. Devido ao trabalho mental, as pessoas vem se utilizando desse conhecimento, no seu dia-a-dia, aprendendo o auto-controle, ter paciência e sabedoria para reagir a algo inesperado.

As forças que utilizam o Krav Magá contra a violência


Forças militares e de segurança pública que utilizam o Krav Magá contra a violência urbana e anti-terrorismo no Brasil e no exterior:



• BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais)
• Guarda Municipal
• Escola de Material Bélico
• IPD (Inst. Pesquisa e Desenvolvimento do Exército)
• 1º Batalhão de Polícia do Exército
• 3º BI (Batalhão Infantaria)
• 12º BPM
• 9º Esquadrão de Cavalaria Motorizado
• Justiça Federal
• Polícia do Senado Federal
• ACADEPOL - Academia Estadual de Polícia Civil
• Associação Cristã de Moços
• Marinha do Brasil - Companhia de Polícia
• Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
• Secretaria de Segurança
• Prefeitura de Teresópolis
• Intelig Telecon
• Justiça do Trabalho
• CIPM - Comando das unidades operacionais especiais
• EMGEPRON
• Segurança FIEMG
• DEPAZ - RJ
• DEPAZ - Campos
• Segurança Pessoal Governador RJ
• Polícia Federal de Brasília
• Receita Federal
• TRT - Tribunal Regional do Trabalho
• United States Police Defensive Tactics Association
• S.W.A.T de vários estados americanos
• Polícia Nacional da Turquia
• F.B.I.
• G.I.G.N. Força Anti-terrorista da França
• Forças Militares e Policiais de 42 países
• Diversos grupos de Elite para proteção de V.I.P.s

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Imi Lichtenfeld Z"L: O criador do Krav Magá

Nascido em 26 de maio de 1910, em Budapeste, centro do império Austro-Húngaro. Cresceu e se criou em Bratislava, capital da Eslováquia. Na concepção de Imi, a condição humana era igual a todos. acreditava que defender-se era um direito primário de todos. Por isso criou e desenvolveu um método, que utiliza instrumentos básicos, disponíveis a qualquer um: Corpo, mente e alma.

Aos 10 anos, iniciou seus treinamentos com seu pai, dando os primeiros passos no mundo de defesa pessoal. Aos 18, venceu diversos campeonatos de luta greco-romana e boxe.

A partir de meados dos anos 30, a vida em Bratislava já não era tão tranqüila. Pouco a pouco, grupos fascistas e anti semitas ganhavam espaço e transformavam a vida do país. Imi assumiu seu dom e tornou-se líder de um grupo de resistência que lutava contra grupos fascistas e nazistas. Entre 1936 e 1940, Imi participou de violentos confrontos de rua, sozinho ou em equipe.
Todos esses acontecimentos e vivências pessoais serviram para fortalece-lo, preparando-o para o que ainda estava por vir, e plantando a semente do que se tornaria o Krav Magá.

"Faça o que consegue,
mas faça certo"

Em 1942, Imi chega em Israel, Este seria mais um passo passo em sua longa trajetória e a realização de sonho. Já em sua chegada, por intermédio de seus companheiros de resistência na europa, foi apresentado ao chefe da Haganá ("A defesa"), Ytzhak Sadeh, que o nomeou de imediato como responsável na capacitação física e técnica de combate dos grupos de elite de sua organização. Organização esta que combatia os FEDAHINIM, bando criminoso muçulmano, pela sobrevivência dos judeus. Com a criação do estado de Israel, Imi tornou-se instrutor chefe de preparação física e Krav Magá das forças de defesa do Estado de Israel (IDF).

Ao sair da ativa, tornou a técnica disponível para o mundo civil. E em 1978 fundou a Associação de Krav Magá de Israel.

Imi criou uma técnica de defesa pessoal bem peculiar, para ser utilizada em momentos em que a vítima se encontra encurralada e a única opção de sobreviver é a reação. Quando questionado sobre a diferença entre sua técnica de combate e outras artes marciais, ele costumava responder algo como: "- Nós não fazemos nada estético, todos os nossos movimentos são leves, econômicos e lógicos. O movimento deve acontecer como um reflexo natural." Foi examinado as reações instintivas do seu corpo que nasceu o Krav Magá. Para Imi o Krav Magá não era um simples defesa pessoal, tinha um sentido mais amplo, representava um caminho de vida. Ele tentou passar para seus alunos o segredo da sobrevivência em qualquer situação, e não somente para casos de agressão física. Repetia sempre: "-Não é suficiente fazer Krav Magá, deve-se entender o Krav Magá."

"Dominar Autodefesa tão bem
para nunca ter que matar ninguém."


Imi faleceu aos 89 anos, deixando um legado de milhares de discípulos, filhos órfãos que sempre procurarão entender a sabedoria do pai: a família Krav Magá. Ele deixou uma herança filosófica e prática, com a gratidão das inúmeras vidas que salvou, militares, policiais e civis do mundo inteiro e das que ainda serão salvas nas próximas gerações. Ele mudou o significado sobre o termo defesa pessoal e sobrevivência.

Trechos extraídos do livro "Krav Magá, a filosofia da Defesa Israelense" de Lichtenstein, Kobi.

ז״ל

Z"L

  1. {Abbr} Zichrono Livracha (fem: Zichronah Livracha; pl: Zichronam Livracha) Hebrew. Literal meaning "May his (her, their) memory be for a blessing", often noted as "of blessed memory". Sometimes equated with the phrase "rest in peace".
    Yitzhak Rabin (z"l) was a warrior turned peace-maker.


quinta-feira, 26 de junho de 2008

O Processo de preparação e o exame

Após 6 meses de treinamento, mestre Kobi faz uma seleção dos alunos que estão aptos a realizar o exame, separando-os da classe no que ele chama de: "Alunos da revisão". Esta revisão, é uma preparação de excelência. A preparação para o exame de faixa é bastante pesada. Do aluno, é exigida uma série de repetições, de todos os movimentos desde o início dos treinamentos, com perfeição de execução e utilizando máxima potência com máxima velocidade, o que realmente desgasta ao final da aula. Este processo é realizado em torno de dois meses, até a semana que antecede o exame. O exame é realizado na sede, e assim como as aulas, é dividido em duas etapas: O teste físico, que é muito mais pesado que a preparação física da aula, e a prova técnica, que exige a execução de quase todos os movimentos vistos pelo aluno até aquela data. São quase todos os movimentos porque não são avaliadas as quedas (trás, lado e frente) e nem os rolamentos (frente e trás) e para cada grupo de movimentos você pode escolher um, dentro de uma situação real, que for mais conveniente, e executá-lo. Por exemplo: No enforcamento, existem para o não graduados, faixas-branca, 20 situações, frente (14) e costas (6), e o aluno deve escolher um movimento de soltura de frente e outro de costas. Todos os instrutores (faixas marrom), professores (faixas pretas) e claro, o mestre, estão presentes avaliando os alunos. A cada movimento executado (o mestre analisa aluno por aluno, o que torna o exame bastante demorado) é dado um parecer, parecer este que ao final define se o aluno foi aprovado ou não. Resumo dos movimentos analisados: Soco de boxe, soco foice, soco gancho, cotovelo, faca da mão, chute regular, defesa 360 graus, soltura de mão, enforcamento frontal e enforcamento costas.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Como iniciei no Krav Magá - Parte 2-2

Cerimônia de entrega de faixas, Clube Hebraica, Abril de 2008

Na sede da federação, percebi, logo ao chegar, na primeira aula, que o ritmo que o mestre imprimia era bem mais pesado. Os exercícios eram mais fortes, a cobrança teórica era maior, e a paixão pelo Krav Magá se tornava muito mais evidente. Bem, eu estava ali pra isso: Melhorar minha forma física, meu condicionamento, e aprender as técnicas. Desde o início me dedicava muito, me condicionei ao treinamento e me apliquei física e mentalmente, fiz reeducação alimentar, e dos 104 Kg inicias, após 6 meses, estava com 78 Kg. Os resultados foram sensacionais: Conseguia, já, corresponder aos exercícios físicos propostos na aula, que consistem em corrida, saltos, abdominais, flexões de braço, socos, chutes, rolamentos, e etc. E isso me motivou cada vez mais. Muito bem, agora estou no primeiro nível da graduação: A faixa amarela. No próximo post, comentarei como foi a revisão, a preparação e o exame até a entrega da faixa.

Como iniciei no Krav Magá - Parte 1-2

Clayton e eu, no Hebraica, na Cerimônia de faixa

Em meados de 2007, senti muita necessidade de sair do sedentarismo, e praticar uma atividade física que, ao mesmo tempo devolvesse minha forma física, garantisse algum nível de segurança e agregasse algum valor intelectual. E neste contexto, pesquisei sobre lutas, diversas delas, porém, nenhuma delas me pareceu aplicável nas ruas, na realidade da violência que vivemos hoje, não queria uma luta de competição, ou seja, uma luta de tatame, queria algo que fosse prático, direto, e foi então que em minhas pesquisas, descobri o Krav Magá. Logo de início, já fui gostando do que lia: Krav Magá significava "defesa pessoal", era a "arte de defesa pessoal" e não "arte marcial". E era o que eu queria primordialmente: me defender. Busquei inicialmente um conhecimento direto, saindo da teoria dos sites, fui à uma academia no Centro, RJ, e assisti uma aula. O Instrutor era Paulo Roberto, um graduado faixa marrom, muito sério e aplicado. Ali vi que não se tratava de "apenas uma luta", pelo respeito à arte por ele demonstrado, vi que significava mais, era uma cultura, ou melhor, era um caminho de vida. Pronto, aula seguinte lá estava eu, praticando os exercícios aeróbios que procurava, e sendo orientado, aprendendo as técnicas de defesa pessoal. Mas em apenas um mês, me transferi para sede, em Botafogo, e lá conheci pessoalmente o Mestre Kobi. Continua...

Mestre Kobi

Kobi Lichtenstein nasceu em 1964, na cidade de Rechovot, Israel. Aos três anos de idade, iniciou-se nos treinamentos de Krav Magá ministrados pelo criador da arte, Imi Lichtenfeld. Aceito na turma apenas por um período de experiência devido a pouca idade, foi rapidamente aprovado por seu mestre, que logo o "adotou".

Destacando-se como um "prodígio", recebeu notoriedade já aos 6 anos pela imprensa. Sua vida foi dedicada ao Krav Magá, sua motricidade e instintos foram moldados pela técnica desta arte e aos 15 anos começou a dar as primeiras aulas. Integrou o primeiro e único grupo especial que foi selecionado para ser treinado e preparado pelo criador para dar continuidade à sua criação, com a missão de difundir e divulgar a arte por todo o mundo e para as próximas gerações.

O Krav Magá foi introduzido na América Latina, em 1990, por Kobi Lichtenstein, começando pelo Rio de Janeiro, onde escolheu viver. Fundou a Associação Brasileira de Krav Magá, reconhecida pela Secretaria de Esportes e Ministério de Educação, montou uma academia e investiu em uma empresa de treinamento de seguranças e executivos, a Top Defense. Em 2002 fundou a Federação Sul Americana de Krav Magá, que conta com 30 instrutores em seu quadro. Surpreendeu a todos, até mesmo a elite do exército e polícia pela objetividade e eficiência do Krav Magá e sua competência como instrutor e entendedor do assunto. O que acarretou no treinamento do BOPE e da Guarda Municipal do Rio de Janeiro. Para se especializar no assunto, Mestre Kobi fez MBA em Segurança Nacional e Terror pela Universidade de Segurança e Investigações de Hod Hasharon, Israel em parceria com a Newport University da Califórnia.

Mestre Kobi iniciou no Krav Magá precocemente aos três anos treinando com o próprio Imi Lichtenfeld. Mas foi aos 15, que começou a dar suas primeiras aulas. Integrou o primeiro e único grupo especial selecionado para ser treinado e preparado pelo criador para difundir e divulgar a arte por todo o mundo. Kobi é graduado como faixa preta pela Associação Israelense de Krav Magá e como instrutor pela Universidade Wingate, considerada uma das melhores do mundo em educação física e a maior de Israel. Fez cursos de extensão em fisioterapia, primeiros socorros, alimentação especial para atletas além do conhecimento em seis modalidades de artes marciais.

Leia mais em www.kravmaga.com.br

O Krav Magá

História

O Krav Magá foi criado na década de 1930 para capacitar os grupos de defesa que lutaram pela independência do Estado de Israel. Quando Imi Lichtenfeld chegou à Palestina antes do estabelecimento do estado de Israel, começou a ensinar combate corpo a corpo aos Haganá (exército rebelde judaico). Depois do estabelecimento de Israel, o Krav Magá foi adotado pelas forças armadas israelenses e pela polícia como a sua luta de escolha. Luta essa que chegou à sua forma atual em Israel pouco depois da sua formação. Depois de Imi se retirar da sua longa carreira como chefe instrutor das Forças de Defesa israelenses, ele começou a ensinar Krav Magá à população civil. Desta maneira, uma versão civil baseada nos princípios da defesa pessoal foi desenvolvida.

A Luta

A concepção do Krav Magá revela um caminho que permite qualquer um exercer o direito à vida, mesmo no cenário violento que nos rodeia. É a única luta reconhecida mundialmente como arte de defesa pessoal e não como arte marcial. Não há regras ou competições, pois sua técnica visa à legítima defesa em situações de perigo real. Com respostas simples, rápidas e objetivas para situações de violência do dia a dia, mostra ao cidadão comum como se defender, independentemente de condicionamento físico, idade ou sexo. Com origem militar, sua aplicação nas forças de segurança já foi adotada por corporações do mundo inteiro por sua eficiência em combate.

Seus princípios são:

  • Ser o mais rápido
  • Manter o peso na área de contato com o alvo
  • Atingir os pontos críticos do corpo
  • Evitar ser atingido
  • Usar objetos ou ferramentas que estão por perto
  • Alternar de defesa para ataque rapidamente
  • Usar os reflexos naturais do corpo
  • Neutralizar o alvo
  • Ser objetivo (exemplo: se queremos fugir, fugimos; se queremos bater, batemos).

A idéia básica é tratar da ameaça imediata (Ex.: estrangulamento), prevenir que o agressor possa voltar a atacar, neutralizar o agressor, proceder todos os passos de maneira simples e eficaz. Ter em conta em tirar a vantagem da iniciativa do agressor o mais rápido possivel. O Krav Magá geralmente assume uma posição em que se tenta infligir ou defletir o máximo de dor no oponente. Genitais, olhos, e outras zonas de golpes baixos são enfatizadas, tal como outros golpes em que se maximize o dano ao adversário. É utilizado o peso do corpo para se atacar (aproximadamente 2/3 do total). É claramente aceitável fugir da situação de conflito (retirada tática), se a situação nos obriga a isso. O Krav Magá pode ser utilizado contra oponentes armados de várias maneiras ou contra vários adversários. É tambem um método de defesa muito eficaz em ambientes fechados (ex: avião).

Técnicas

É de se fazer notar que, embora muitas técnicas utilizadas no Krav Magá sejam partilhadas e similares a outras artes de combate tais como o Boxe ou Muay Thai (nos movimentos de punhos e técnicas de pernas) ou o Jiu-Jitsu (para as técnicas de chaves, torções, e desarmamentos), o treino e objetivos são bastante diferente, onde aumentamos a dificuldade e o stress nos piores tipos de situações (contra vários oponentes, contra a parede, enquanto se protege alguém, sem a utilização de um braço, quando tontos, contra agressores armados...). Mais ainda, o fato de não haver regras conduz a um tipo diferente de mecanismo de reflexos (protecção da nossa zona genital e dos nossos olhos por exemplo). O objetivo é ultrapassar rápidamente a situação. O treino enfatiza a prática na realidade em situações possíveis de ocorrerem nos dias atuais. É colocada muita atenção em fatores como a resistência, a velocidade explosiva e a concentração. É comum desenvolver treinos com vários fatores externos propícios a causar distrações, para que o aluno se abstraia de tudo o que é irrelevante e se concentre na ameaça.

Mesmo que nos treinamentos grande parte da aplicação de golpes seja simulada (sem contato), pratica-se exaustivamente sparring de contato completo.